segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Coimbra, eis a resposta!

Vocês muito esperaram; foram três dias de pura angústia, bolões, palpites, discussões, enfim, muita expectativa para saber qual seria a minha escolha, se Lisboa ou Coimbra.

Mentira, não teve nada disso; vocês não estavam nem aí pra minha pergunta do post anterior, mas, mesmo assim, vou compartilhar com vocês a minha opção: vou para Coimbra - bem, pelo título, todos já sabiam que esse havia sido o destino escolhido.

Em que pese eu tenha descoberto -na verdade, quem descobriu foi Gabriel, um conviva da comunidade da Faculdade de Direito de Lisboa no Orkut- que em Lisboa também são 120 créditos, optei por Coimbra mesmo. Talvez a descoberta tenha sido tarde demais, pois eu já havia feito a minha cabeça por Coimbra mesmo (muito em função dessa questão dos 90 créditos, narrada no último post), mas também porque Coimbra meio que era pra ser mesmo a opção, desde o ano passado já se sabia disso, aliado ao fato do meu irmão ter feito intercâmbio para lá este ano, etc.

Só para constar, a dúvida foi desfeita da seguinte maneira: o Gabriel ligou para a Universidade de Lisboa, pois, após o meu alerta, também estranhou o mestrado de lá ter apenas 90 créditos, tendo em vista que, segundo ele, por conta da Declaração de Bolonha, que desencadeou o Processo de Bolonha, unificador dos cursos superiores europeus entre os países signatários (entre eles, Portugal), ficou convencionado que cada ano do chamado Segundo Ciclo (Mestrado) contaria com 60 ECTS (European Credit Transfer and Accumulation System) - ou, em outros termos, 60 créditos.

Logo, como Lisboa -tal qual Coimbra- aderiu a Bolonha, não faria sentido que seus dois anos de curso correspondessem a tão somente 90 ECTS. E, realmente, não faz. Segundo o Gabriel disse, com a sua ligação para a Universidade, confirmou-se o que ele suspeitava: especificamente quanto ao mestrado de Direito Constitucional, são seis disciplinas semestrais (Direito Constitucional 1 e 2; Justiça Constitucional 1 e 2; Optativa 1 e 2), cada uma valendo 10 créditos, ou seja, 60 créditos pelo ano de aulas, exatamente como determinado por Bolonha. No site é que não está bem claro, mas a explicação que ele deu faz sentido, de acordo com o que se pode ver no site.

Ou seja, a FDL também conta com 2 anos de curso e 120 créditos no total. Logo, sob esse prisma, não havia mais razão para eu não ir para Lisboa, a não ser que minha opção pessoal fosse mesmo por Coimbra. E foi.

Assim, irei mesmo para Coimbra, e Lisboa só de visita, para ver uns jogos do Sporting de vez em quando ou pegar um avião para ir para outro canto da Europa (ou mesmo outro canto do mundo, como o regresso para o Brasil), por exemplo.

O próximo capítulo é ir ao Consulado nesta quarta, para dar entrada no Visto. Aguardemos as próximas cenas então.

P.S.: Ainda bem que escolhi Coimbra, né, pois, senão, teria que mudar o banner do blog, né?! xD

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Lisboa ou Coimbra? Eis a questão!

A dúvida aflige este que vos tecla: Lisboa ou Coimbra, para onde ir? Como diria um ex-professor meu de Direito Internacional Público, "tal qual o esquartejador, vamos por partes".

Ambas as universidades são bastante tradicionais em Portugal, sendo Coimbra mais tradicional, mais famosa, mais conceituada mundo afora (é, sempre, considerada a melhor universidade portuguesa) - especialmente aos olhos d'além-mar, de nós brasileiros; por outro lado, Lisboa é chamada de "Universidade Clássica", o que já demonstra ser também bastante tradicional, além de ter uma ótima qualidade no ensino também.

Obviamente, cada uma tem seus prós e seus contras; nenhuma das duas é absolutamente perfeita, tanto no que respeita às universidades propriamente ditas quanto às cidades em que as mesmas se encontram.

Isso porque em Lisboa demora(va) muito mais o curso (e isso vale para todos os mestrados, qualquer que seja a área escolhida): em Coimbra, demorava-se, em média, cerca de 2 anos, 2 anos e meio, sendo 1 ano de aula, 6 meses para fazer a dissertação e o restante para a defesa da mesma; contudo, face às alterações promovidas para este ano letivo (2010/2011), em decorrência do chamado "Processo de Bolonha", o mestrado passou a ter a duração de 2 anos (o tempo para se fazer a dissertação aumentou de 6 meses para 1 ano); logo, o tempo total do curso deverá subir para 2 anos e meio, 3 anos. Já em Lisboa, em que pese o curso também dure 2 anos, sendo 1 ano de aula + 1 ano para fazer a dissertação), os prazos são muito menos respeitados, sendo a prova pública de defesa da dissertação marcada, normalmente, para 2 anos após o término da dissertação, o que acarreta um tempo médio de 4 anos, entre aulas, dissertação e defesa.

Por outro lado, a maior vantagem de Lisboa, em termos de Direito Constitucional, que é a área de especialização para a qual fui aprovado em ambas as universidades, é o nome do corpo docente (o qual, segundo já me foi informado, é um dos requisitos levados em conta pelas universidades brasileiras quando da revalidação de diploma estrangeiro: o professor Doutor Jorge Miranda ainda leciona no mestrado, enquanto o prof. Doutor Gomes Canotilho aposentou-se do mestrado em Coimbra no último período letivo (2009/2010), o qual, diga-se, era pra ter sido o meu, se eu tivesse ido no ano passado - mas, isso já são águas passadas, afinal, não fui e não tenho mais como voltar um ano no tempo e ir, né?! Em tempo: para os menos afeitos ao Direito, aviso desde já que ambos são os expoentes do Direito Constitucional português, e bastante reconhecidos no Brasil; mal comparando, pode-se dizer que são como Pelé e Maradona, uns pendendo para o (já aposentado) Canotilho como o preferido, outros pendendo para o (ainda na ativa) Jorge Miranda.

Em compensação -Coimbra volta a prevalecer agora-, o Mestrado da FDUC conta com 120 créditos, distribuídos por quatro disciplinas anuais (duas obrigatórias, duas optativas) -ao passo que o da FDUL possui apenas 90 créditos-, o que, em tese, facilita o reconhecimento do título de Mestre aqui no Brasil (segundo informações, corre-se o risco de o Mestrado da FDUL ser reconhecido aqui como mera pós-graduação lato sensu).

Outras vantagens conimbricenses, como custo de vida mais barato, o fato de ser uma cidade universitária, etc., acabam ficando em segundo plano nessa hora da definição de pra onde devo ir, assim como as demais vantagens lisboetas, e.g., poder ver os jogos do Sporting toda vez que o jogo for em Alvalade - ou mesmo no Estádio da Luz (eca!), em dias de clássicos contra o SLBmerda.

Enfim, a dúvida está lançada e a sorte também (trocadilho infame, perdão). Espero -aliás, tenho que- definir a situação até domingo, pois na quarta-feira terei de comparecer ao Consulado Português para a entrevista do Visto e preciso ter um local para ficar (albergue, hotel, etc.) nos primeiros dias reservado.

Quem quiser me ajudar a definir para onde devo ir, pode postar aí nos comentários.